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Comunidade RS: o que é, como vive, do que se alimenta?

Juliana Guterres 0

Quem frequenta eventos de empreendedorismo e inovação já deve ter visto alguém circulando com uma camiseta com uma mapa do Rio Grande do Sul estampado no peito. Acaba acontecendo que, gaúchos bem bairristas que somos, acabamos criando empatia por um slogan que massageia nossa alma gaudéria (inovação movida à chimarrão), sem nem sempre entender direito o que é, para que serve e o que faz essa tal de Comunidade RS.

Mas então é o seguinte, tchê: hoje vamos largar todas as cartas pifadas na mesa e esclarecer de uma vez por todas as dúvidas que nos chegam sobre o que é, como vive e do que se alimenta a CRS. Pois então, por aqui já se ouviu de tudo.. A galera acaba achando que somos uma seita illuminati, alquimistas em busca da pedra filosofal, uma ordem secreta ou guardiões de um novo mundo.. hahaha.

Brincadeiras à parte, nem sempre é fácil entender o que é uma comunidade, já que essa muitas vezes rompe com a lógica individualista e narcísica que permeia as relações nos dias competitivos de hoje. Cada vez mais nos deparamos com pessoas que, cada vez mais, preocupam-se consigo, com suas questões e seu lugar ao sol. Um mundo que (infelizmente e tomara que por pouco tempo) ainda valoriza likes, acaba criando sujeitos que têm um senso inflado de sua própria importância, uma necessidade de atenção e admiração excessivas e a falta de empatia pelos outros. Jurandir Freire Costa, psicanalista pernambucano, já nos dizia em 2004 no seu livro O vestígio e a aura que “o bom profissional é flexível, assertivo e, se possível, polido. Antes de tudo, porém, dever ser superficial nos contatos humanos e blasé em relação a projetos pessoais ou extrapessoais duradouros. A primeira lição do novo mundo dos negócios é o desapego a pessoas, lugares geográficos, tradições étnicas, religiosas ou políticas, e, enfim a própria história pessoal”.

Em um mundo de vaidades e métricas de desempenho, as comunidades parecem surgir propondo uma contra-fluxo de colaboração, parceria, cooperação e comunhão. Give first e compartilhamento são características primordiais para que se estabeleça esta relação do que é comum a todos, que une pessoas, empresas, startups e diversos atores de um ecossistema de inovação e empreendedorismo. Com o engajamento mútuo, todos ganham, mesmo que naquele momento não se ganhe sozinho. “O papel da comunidade é trazer os empreendedores para atuarem no processo de evolução de outros empreendedores, do ambiente, dos investidores, das instituições de ensino e do ambiente regulatório, ou seja, do sistema complexo que envolve o empreendedorismo de forma global. Dessa forma, a comunidade representa as dores dos empreendedores e suas iniciativas próprias que melhoram o sistema, sendo assim, definitivamente, o protagonista no desenvolvimento e apoio ao processo empreendedor de longo prazo, regional e através das conexões de redes, nacional e internacional” (citação de texto de Raul Cardoso, empreendedor e Presidente da Campinas Tech, em http://campinas.tech/comunidades-de-startups-por-que-aqui-o-papel-do-governo-e-da-comunidade-local/)

E por aqui, o que fazemos? Conectamos pessoas do ecossistema gaúcho através da cultura de inovação em startups. Como uma comunidade estadual, fomentamos as comunidades locais, servimos como elo de ligação entre as diversas regiões do Estado e os diversos players do ecossistema, promovemos eventos, buscamos construir conhecimento conjunto, incentivamos iniciativas que visam o desenvolvimento do coletivo e trabalhamos para que cada vez mais novos atores participem do ecossistema de startups. Entãããooo.. cola aqui na gente que é “çuçeço” e juntos podemos voar muito mais longe! 🙂

Vídeo gravado no CASE 2019. Na ordem em que aparecem: Ju Guterres, Pedro Schanzer, Filipe Garcia e Ju Marchioretto.

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